O leitor está diante de um livro excepcional. São duas histórias. Uma, o resumo da outra, formada pelas epígrafes. A outra é a contada pela voz do protagonista, na linguagem preciosa das gentes simples. Com as repetições da coloquialidade, que o povo das fazendas usa para reforço de intenção. Cada avanço narrativo recupera o texto anterior, acrescentando uma nova circunstância. A boa técnica da disseminação e recolha, na narrativa. Como numa canção, que começa com um trio de cordas e ao qual vai sendo acrescentado o grito do violino, o langor do violoncelo e o susto do tímpano. Os diálogos entremeados no texto, se não são novidade desde o romance sinfônico, mostram a segurança do autor na condução da leitura. Ele conhece o leitor. Sabe das suas percepções. E as antecipa, nas metáforas muito bem escolhidas. Também percebo o uso de catacreses forçadas, à moda de Eça de Queiroz, que representam transposições – “a voz agachada”, “a surdez dos pés inchados”, “a brisa de lâmina afiada”, “o chapéu ríspido”. De novo a oralidade, na música do texto. O vaivém das lembranças, entremeadas dentro do tempo presente do enredo, é uma mimese das acrobacias mentais que naturalmente ocupam e dominam, contra nós, os nossos pensamentos. Nada é linear. E é nesses volteios, nas pausas, no silêncio do não dito, que se oculta o estorvo e a quebra da comunicação dos sentimentos. E nada é linear, mesmo. De tanto calar, de repente o coração se assoberba e a raiva assoma como correnteza de enxurrada. E de novo a música, agora dissonante, aparentemente confusa e tormentosa. Antecipação. Quem tem olhos de ler, lerá. O início já contém o fim. Esta é uma narrativa em vários tempos e em várias vozes. Falam mais alto um narrador que tudo vê e o protagonista que tudo vive – duas histórias dentro da mesma história, paralelas, tangentes, complementares. Tão profunda uma quanto a outra, enfeitadas da mesma enorme dimensão emocional. Afinal – e a escolha talvez explique muitas coisas dentro da história -, o nome Venâncio, em latim, significa “o que caça”. Joaquim Maria Botelho Jornalista, escritor e crítico literário
Informações sobre o Livro
Título do livro : Os olhos do meu pai
Autor : Menalton Braff
Idioma : Português
Editora do livro : EDITORA REFORMATORIO
Capa do livro : Mole
Quantidade de páginas : 160
Altura : 1.4 cm
Largura : 14 cm
Peso : 310 g
Gênero do livro : Literatura e ficção
Tipo de narração : Manual
Data de publicação : 03-11-2023
Ano de publicação : 2023

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