O feminismo, tanto no cinema quanto de maneira geral, tem como ponto de partida textos “protofeministas”, como O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, no qual se encontra a célebre reflexão de que “não se nasce mulher”, mas sim se exercita constantemente o “ser mulher”, para “tornar-se mulher”.
As primeiras manifestações da onda feminista mostraram que o machismo cinematográfico, da mesma forma que o machismo do mundo real, é multiforme no que se refere à representação da mulher na grande tela, especialmente percebido pelos estereótipos “negativos” – virgens, putas, vamps, interesseiras, joguetes eróticos – que demonizavam ou transformavam as mulheres em objetos sexuais, alocadas no bordel de celuloide. A beleza do corpo feminino era empregada para interromper o andamento da narrativa, com close-ups dos quais emanava um poder mágico e erótico. Assim, o sujeito masculino era o condutor ativo da narrativa; e o feminino, um objeto passivo, uma mera passageira no mundo cinematográfico. As teóricas feministas que se voltaram contra essa situação revisitaram a questão autoral, a partir de uma perspectiva feminista, na busca de uma linguagem cinematográfica capaz de expressar o “desejo feminino”, o que se materializou em produções de diretoras consagradas, como Agnès Varda, Naomi Kawase ou Chantal Akerman, entre outras que vão além da guerra dos sexos e das identidades de gênero.
Informações sobre o Livro
Título do livro : Cinema e Psicanálise – Volume 8
Subtítulo do livro : A tela do feminino ao feminismo
Série : Cinema e psicanálise (8)
Autor : Rodrigues, Ana Lucília
Idioma : Português
Editora do livro : nVersos Editora Ltda. EPP
Capa do livro : Mole
Volume do livro : 8
Ano de publicação : 2019
Quantidade de páginas : 128
Altura : 210 mm
Largura : 160 mm
Peso : 140 g
Coautores : Ingo Lenz Dunker, Christian
Data de publicação : 09-09-2019
Gênero do livro : Psicologia